" Eu vou enfrentar até o demônio. Eu já enfrentei vários deles. "

A frase, no mínimo inusitada , gerou repercussão imediata nos bastidores da política paraibana e levanta questionamentos: estaria o ex-ministro usando uma metáfora para os desafios políticos que o aguardam ou mandando um recado diretamente a adversários específicos ?    

Queiroga, porém, deixou claro ao menos um de seus alvos: o atual prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP) . 

“ Gostaria de enfrentá-lo nas urnas em 2026, justamente para cobrar o que ele prometeu e sei que não vai cumprir ”, disparou.

A entrevista também foi marcada por uma análise crítica sobre o futuro da base aliada do governador João Azevêdo (PSB) . Para Queiroga, o grupo que hoje sustenta o governo estadual não resistirá unido até 2026 .  

" Acho muito difícil esse grupo governista ficar unido. Vai ter uma disputa forte. A arca não vai caber a todo mundo ", ironizou, prevendo um cenário de fragmentação política . 

Ao comentar os movimentos políticos nas eleições passadas, o ex-ministro também cutucou aliados históricos do governo : 

" Hugo [Motta] botou um pé na arca do governo e outro na de Efraim. Aguinaldo não foi candidato [ao Senado] porque viu risco. E acredito que vai apoiar Daniella Ribeiro para o Senado ."

A respeito da candidatura possível de Cícero Lucena ao governo, Queiroga não hesitou:  

" Não tenho dúvidas de que Cícero vai ser candidato. Ele é experiente, está mais para o fim da carreira, e penso que vai disputar sim ."

O tom combativo de Marcelo Queiroga já dá o tom da pré-campanha: um jogo duro, com ataques diretos e um discurso de enfrentamento , onde ele se coloca como oposição ferrenha ao atual projeto político estadual . E depende de sua disposição, ele está preparado para enfrentar até o diabo — e os aliados do governo também.